Postado em 19 de Dezembro de 2018 às 16h18

Gerenciamento de Resíduos Líquidos de Serviços de Saúde

Gestão de Saúde (33)

Sistemas Fechados de Aspiração de Fluidos Corpóreos.

A legislação que zela pelo gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) recentemente editada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a RDC 222, classifica os fluidos corpóreos potencialmente infectados como sendo resíduos do tipo A1, ou seja, não podem ser dispensados diretamente na rede de esgotos sem tratamento prévio. O tratamento deve, inclusive, ser capaz de desestruturar as características físicas dos microorganismos de forma a impedir a sua proliferação.

Para que os hospitais e demais serviços de saúde atendam à legislação, são necessários dispositivos de aspiração que promovam a coleta e armazenamento dos resíduos líquidos em sistema fechado, ou seja, dispositivos que impeçam por completo que tais resíduos sejam despejados nos esgotos hospitalares sem o devido tratamento prévio. Isso vale para todos os serviços de saúde, tanto humana como animal.

De alguns anos para cá surgiram dispositivos a vácuo, utilizados principalmente em UTI’s e salas de cirurgia, que conseguem manter o fluido corpóreo totalmente isolado de pacientes e profissionais de saúde. Estes dispositivos garantem a segurança dos profissionais de saúde contra contaminação por agentes biológicos e do ambiente hospitalar contra infecção. “Por ser um sistema totalmente fechado, promove bio-segurança, por impedir por completo o descarte das secreções e fluidos potencialmente infectados diretamente na rede de esgoto, possibilitando o correto tratamento e disposição final dos resíduos”, explica o empresário Marcos Norberto, diretor da Ross Medical.

Aspectos Legais e Regulatórios

Revista Servioeste Saúde e Meio Ambiente Aspectos Legais e Regulatórios Além da RDC 222 da Anvisa, outra norma com força de lei, desta vez do CONAMA (Resolução 358 de 2005), classifica o descarte deste tipo de...

Além da RDC 222 da Anvisa, outra norma com força de lei, desta vez do CONAMA (Resolução 358 de 2005), classifica o descarte deste tipo de resíduo sem tratamento como crime ambiental, e estabelece que: “cabe aos geradores de resíduos dos serviços de saúde e ao responsável legal pela instituição, o gerenciamento dos resíduos desde a sua geração até a disposição final”. Inclusive, há neste diploma legal a responsabilização solidária de todos aqueles, pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, causem ou possam causar ou contribuir para a degradação ambiental. “Atualmente, todos os hospitais que não utilizam sistemas fechados descartam os resíduos deste tipo diretamente na rede de esgotos, sem nenhum tipo de tratamento, contaminando os mananciais, o que é proibido por lei”, afirma Norberto.

Há ainda as normas NR 32 do Ministério do Trabalho e RDC 36 da Anvisa, que estabelecem as condutas para a segurança do paciente e dos profissionais de saúde em serviços de saúde. São normas de proteção e segurança do trabalhador e dos pacientes, que determinam, entre outras diretrizes, a não utilização de materiais perfurocortantes (neste caso, frascos de vidro) e a utilização de dispositivos e EPIs que impeçam o contato dos profissionais de saúde com fluidos corpóreos. Determinam ainda que, sempre que possível, sejam uti lizados dispositivos descartáveis em substituição aos que se submetem a algum tipo de reprocesso e reutilização.

Vantagens práticas da utilização de sistemas fechados de aspiração

  • O Hospital se enquadra por completo à legislação vigente na RDC 222 da Anvisa, e do CONAMA 358, Ministério do Meio Ambiente, que tratam do correto gerenciamento dos Agentes Biológicos dos resíduos do GRUPO A1;
  • O Hospital passa a se enquadrar por completo também às legislações vigentes da NR 32 e RDC 36, (Ministério do Trabalho/Anvisa), que tratam, entre outros, da utilização de material perfurocortante e do contato dos profissionais de saúde e pacientes com agentes biológicos e materiais contaminantes. Neste
  • sentido, os profissionais de saúde e pacientes não terão mais nenhum risco de contato com secreção e fluídos corpóreos aspirados;
  • Os coletores sistema fechado impedem que as secreções tenham contato com o ambiente hospitalar, reduzindo o risco de infecções hospitalares, além de evitar que os resíduos sejam descartados diretamente na rede de esgotos, sem tratamento, contaminando os mananciais;
  • A empresa fornecedora responsabiliza-se pela coleta e tratamento dos resíduos, sendo o certificado emitido para o Hospital;
  • A empresa fornecedora faz a revisão/manutenção prévia das redes/centrais de vácuo do hospital;
  • O sistema possui duas válvulas antirrefluxo de segurança e filtro hidrofóbicode proteção da rede de vácuo, eliminando riscos de extravasamento de fluidos. Por isso o hospital não terá mais problemas com contaminação e entupimento da rede de vácuo, acabando com a necessidade de manutenção dos sistemas de vácuo;
  • O espaço requerido para armazenamento diminui em pelo menos 80%;
  • O sistema proporciona uma redução mínima de 30-40% dos custos com procedimentos de aspiração, já que itens como água, higienizantes químicos, EPIs, energia elétrica, depreciação de equipamentos (ex.autoclaves), manutenção e/ou aquisição de vacuômetros, aquisição de frascos de aspiração, aquisição de extensões e intermediários e a mão de obra envolvida nos processos, deixam imediatamente de serem uti lizados;
  • Desafoga ainda tanto a CME, por não haver mais o reprocesso de frascos e extensões, como a engenharia clínica por não ter mais a necessidade e de resolver os inúmeros e frequentes problemas de vácuo, tais como entupimento de bicos, problemas com frascos de aspiração e vacuômetros, entupimentos de dutos de vácuo e a própria manutenção da rede de vácuo em si.

Veja também

Confirmado primeiro caso autóctone de chikungunya em SC09/03/18DIVE confirma primeiro caso autóctone de febre chikungunya em Santa Catarina. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) confirmou o primeiro caso autóctone de febre chikungunya em uma pessoa residente no município de Cunha Porã, na Microrregião Oeste de Santa Catarina.O diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Segundo a......
Planos de saúde terão que cobrir novos exames e tratamentos23/06/17Desta vez serão incluídos 15 procedimentos, a maioria contra o câncer, além de novos medicamentos. A recusa de cobertura pelos planos de saúde é a maior dor de cabeça dos segurados. E agora a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) quer incluir 15 procedimentos na lista de exames e tratamentos de cobertura......
Região sul terá um dos maiores hospitais do sistema Unimed12/06/17O novo Hospital Unimed Chapecó, primeiro do sistema Unimed na região Sul, está em franco crescimento, ampliando as áreas de atendimento e instalações. Preocupada com a evolução constante, porém cautelosa com o processo de crescimento e os gastos envolvidos nesta operação, a atual diretoria do Hospital Unimed Chapecó iniciou as ações de......

Voltar para NOTÍCIAS