Postado em 16 de Abril de 2018 às 16h17

Coração em Alerta

Vida Saudável (34)

Hábitos saudáveis protegem o coração ao longo dos anos.

Por Samara Grando

Quando o assunto é saúde, logo é possível pensar em qualidade de vida, exercícios físicos, alimentação balanceada, medidas calóricas, medicamentos naturais, tudo isso voltado para que uma pessoa possa ter uma vida prolongada. Dificilmente associa-se ao sedentarismo. Os próprios especialistas alertam que para haver uma vida saudável deve existir equilíbrio. A má alimentação pode interferir gradativamente na qualidade de vida, a falta de exercícios pode levar a atrofiar os músculos e, muitas vezes, prejudicar até o funcionamento do cérebro.

Isso tudo acaba sendo demostrado no organismo, tanto por dentro como por fora. Foi o caso de Eneia Mateas, 65 anos. Foi preciso um grande susto para tornar o aposentado mais cuidadoso com a alimentação e adepto de exercícios físicos diários, após sofrer um enfarte há dois anos. “Quando acordei me senti imóvel, parado, como uma pedra. Aos poucos comecei a mexer meus dedos, foram dias terríveis que estive em tratamento”, conta.

Após 90 dias do ocorrido, ele passou a recuperar 90% dos seus movimentos, mas em seu corpo e no tom da sua voz é possível notar que há ainda sequelas do incidente. Toda vez que Eneia se lembra, se emociona tanto que nota-se as suas mãos trêmulas.

“Agarrei-me tanto em Deus, na minha esposa e nos conselhos do meu médico que, aos poucos, me recuperei. Mas foi demorado, doloroso, passei a usar medicamentos para a pressão arterial, para o coração, parei de fumar e precisei emagrecer para recuperar meus movimentos. E olha que ainda estou na luta”.

Mateas passou a frequentar uma nutricionista, se exercitar e fazer caminhadas todos os dias depois que voltou 90% do movimento das pernas. As caminhadas são pela manhã cedinho, em torno de 40 minutos, aos passos lentos o senhor ganha forças da esposa para seguir em frente. Ela passou a se cuidar e também fazer atividades físicas que, antes do susto, nenhum dos dois fazia.

Emagreceu cerca de 10kg e hoje a sua alimentação é preparada com base no cardápio que sua nutricionista orientou. Caldos de legumes substituíram a massa de todo o dia. O pão branco deu lugar ao integral e frutas passaram a fazer parte do café da manhã. “Hoje tomo leite no meu café da manhã, passei a gostar de frutas e cereal, coisa que antes eu não me dava ao luxo de colocar na boca. Agora já não consigo ficar sem. Não passo fome – o que sempre tive medo com as dietas alimentares – e faço questão de fazer tudo certo, como a nutricionista orienta, ela melhorou a minha vida”, comenta.

Doenças cardiovasculares não escolhem idade

Revista Servioeste Saúde e Meio Ambiente Doenças cardiovasculares não escolhem idade Outro caso que pode ser comparado ao de Eneia Mateas é o de Lucineia Andrade, o que difere é a pouca idade comparada ao do aposentado. Lucineia, 34...

Outro caso que pode ser comparado ao de Eneia Mateas é o de Lucineia Andrade, o que difere é a pouca idade comparada ao do aposentado. Lucineia, 34 anos, teve sua vida transformada drasticamente após enfartar aos 30 anos. Com 1,65m de altura e 100kg, era considerada obesa pelos médicos. Não se importava com os quilos a mais, até que teve a sua vida colocada em risco. Após uma parada cardiorrespiratória que quase a matou, ela mudou o foco da sua vida e a sua rotina passou a ser totalmente diferente.

Saiu do emprego para cuidar-se, realizar o que a medicina orientava e passou a viver cada instante como se fosse o último. Cortou de sua alimentação refrigerantes e frituras, quitutes que presentes em seu cardápio diário. Os dias de sol foram escolhidos para caminhadas ao ar livre e principalmente a natação. Já os dias chuvosos são aproveitados para fazer exercícios dentro da própria casa, com uma pequena academia improvisada.

Quatro meses após o incidente, emagreceu 20kg, e os mantêm há quatro anos. “Um susto desses fez com que pensasse muito, principalmente em mim. Em recuperação no hospital, o médico recomendou rever a alimentação e começar a praticar exercício, se não iria enfartar novamente. Mudei minha vida da noite para o dia e venci”, exalta.

Além dos exercícios físicos, Lucineia cuida muito com alimentação. Passou a ingerir frutas e legumes, cortou carboidratos e carne vermelha, preferindo grãos e alimentos orgânicos. Os sucos industrializados e refrigerantes deram espaço aos sucos naturais, mas ainda prefere água e chás para se hidratar constantemente. “Precisei me adaptar à nova vida como se fosse uma criança pequena. Tive que conhecer novos alimentos e ler os rótulos, pensar e viver melhor. Se não fosse pelo susto tenho certeza que não daria esse salto maravilhoso em minha vida”.

Ajuda natural

Para a nutricionista Ana Julia da Silva a ocorrência de um enfarte requer alteração no estilo de vida do indivíduo. “Mudanças nos hábitos alimentares, como a diminuição do consumo de alimentos industrializados, sal, açúcares e gorduras trans/saturadas são os primeiros passos que a pessoa deve adotar. Uma dieta balanceada incluindo frutas, verduras, legumes, carnes magras e gorduras do bem, melhora a condição de saúde e previne a obesidade, excesso de peso, diabetes e, consequentemente, as doenças cardiovasculares”, informa.

Segundo Ana Julia, a realização de atividade física diária superior a 30 minutos, seja a lazer, no trabalho ou no deslocamento corriqueiro diário, é o segundo passo para o indivíduo combater o sedentarismo e evitar complicações. A cessação do tabagismo e do consumo excessivo de bebidas alcoólicas é a terceira etapa para a diminuição do risco cardiovascular. “Essas mudanças, muitas vezes, são difíceis, mas a partir do momento em que a pessoa efetiva mudanças necessárias, passa a perceber os resultados positivos na sua saúde e qualidade de vida”, afirma a nutricionista.

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